quarta-feira, 24 de abril de 2013

A burra Manhosa Por J. Lima




Quando eu vinha pra casa
Escutei algo anormal
A estória de uma burra
Com força descomunal
Corria igualmente um carro
Pelas serras de Cabral

O seu primeiro dono
Só vivia a viajar
Botava a sela na burra
E se punha a galopar
Um dia saiu de casa
E em Itambé foi parar

No meio dessa viagem
Por cima de pedra e pau
Passando pela pista
Numa quentura sem igual
A burra chega tremia
A pobre passando mal

O dono muito empolgado
Chegou na casa da sobrinha
Foi logo fazendo um lanche
E amarrou a burrinha
Quando foi pela manhã
Ele partiu de serrinha

Lá pelas dez da manhã
Ele chegou em Itambé
Tomou uma com o amigo
Namorou uma mulher
Amarrou à burra no poste
Depois foi tomar café

Assim que encheu o bucho
A burra foi procurar
Quis botar o cabresto
E ela sem querer deixar
O pobre passou meia hora
Promode ela concordar

De pois desses alaridos
Ele subiu na danada
Saiu cortando poeira
Por cima de toda estrada
Quando ele chegou na casa
A pobre tava acabada

Mas você num vá pensando
Que a burra se esqueceu
Dessa viagem tremenda
Que ela se envolveu
Deixe está que a vingança
Logo, logo apareceu.

A burra se encriquiou
Sem querer se mover
O dono ficou nervoso
Pensou que ela ia morrer
Mas isso era o plano
Para o dono a vender

Ao passar duas semanas
A burra ficou no grau
O dono dela a vendeu
Por mais de um mil real
Só que o novo dono
Foi parar no hospital

Essa burra arretou-se
Não queria viajar
O novo dono a vendeu
Pra um tal de Biu Preá
Esse foi o ultimo cabra
Que nela pôde montar.

Um dia a burra cansou
De tanto ser explorada
Pensou na sua vida
Ser transporte e abusada
Planejou o suicídio
Se acabando numa estrada

Depois da ideia pensada
Manhosa ficou mais calma
Começou a passear
Querendo perder a alma
Seu dono tão empolgado
Inventou de buscar palma

Saíram de casa a noite
Pelas serras de Cabral
A burra só pensava
Em seu plano genial
Quando ima pelo asfalto
Próximo ao destino final

Ela ao perceber um carro
Que estava a se aproximar
Correu para o meio da pista
Começou a pinotar
O dono dela nervoso
Esperneou, e não pôde pular

O carro veio tão rápido
Que o freio não funcionou
Partiu Manhosa ao meio
Seu dono se despedaçou
Assim acabou a estória
Que o nobre homem contou

Dentro do ônibus da Águia indo pra Serrinha, 12 de agosto de 2010.

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